net.News


Correio

Assinatura

O que é ?

Help

Ficha técnica

Voltar

PIX ©

Portuguese Internet Exchange Point

Este documento procura descrever a motivação para a existência de um ponto neutro de troca de tráfego dos vários Internet Service Providers Portugueses, bem como propôr uma implentação técnica para o mesmo.

1. Introdução

O objectivo principal da criação de um Internet Exchange Point é possibilitar a existência de pontos de interligação AUP1-free, dotados da maior flexibilidade possível, potenciando assim uma boa conectividade para a troca de informação de routing bem como de tráfego entre vários Internet Service Providers (ISP).

Máxima flexibilidade neste caso significa que a arquitectura proposta deverá permitir que qualquer um dos participantes no Internet Exchange Point possa decidir que informação de routing trocar com cada um dos outros participantes, ou seja, é completamente livre para implementar a sua política de routing independentemente da política seguida pelos restantes participantes. Boa conectividade significa que, potencialmente, todos os ISP Portugueses terão a possibilidade de trocarem tráfego entre si sem que o mesmo atravesse redes internacionais, fazendo assim um uso mais eficiente dos recursos internacionais de cada ISP.

2. Situação Actual

A necessidade de um ponto neutro português para troca de tráfego IP nacional entre os diferentes ISP é uma realidade indiscutível. Hoje em dia é sensível a dificuldade de comunicação existente entre os utilizadores de diferentes ISP portugueses, devido principalmente à saturação dos recursos internacionais de cada ISP. É evidente que um tal ponto neutro reduzirá o tráfego internacional e melhorará significativamente a performance dos serviços oferecidos por cada um dos ISP aos seus utilizadores.

A FCCN, tendo sido reconhecida como sendo uma entidade neutra a nível nacional, propõem neste documento ser a entidade hospedeira deste ponto de troca de tráfego IP Português: o PIX. O PIX estará assim localizado na Avenida do Brasil, 101 em Lisboa.

3. Arquitectura Proposta

A arquitectura proposta assenta na existência de um backbone ethernet constituido por um switch ethernet2, conforme a figura anexa.

Figura 1

Esta arquitectura assenta nos seguintes princípios:

  • cada ISP é responsável pelo circuito que o ligará ao PIX.
  • cada ISP definirá qual a sua política de routing e registá-la-à na base de dados do RIPE.
  • cada ISP celebrará acordos bilaterais com os outros participantes do PIX com quem esteja interessado em trocar tráfego.
  • para que um ISP se ligue ao PIX deverá ter pelo menos uma ligação internacional sem utilizar recursos de outro ISP Português já ligado ao PIX.

De modo a garantir a maior flexibilidade possível aos participantes no PIX, estes poderão optar por dois tipos de ligações:

Solução 1

Nesta solução o ISP é responsável por fornecer o seu próprio router que será directamente ligado ao switch ethernet (1). Esta solução garante completa autonomia e controle ao ISP, pois é-lhe permitido no seu router implementar a política de routing que desejar. Por outro lado, depois da configuração inicial, o ISP é totalmente responsável pela gestão e administração do seu recurso, não dependendo de terceiros.

Esta solução, embora mais dispendiosa, é sem dúvida a que dá maior autonomia e flexibilidade ao ISP, sendo pois a solução recomendada sempre que possível.

Solução 2

Nesta solução a FCCN liga a uma das portas ethernet do switch (1) um router (Cisco AGS+) de forma a que um dado ISP possa ligar directamente a uma porta V.35 deste router o circuito (3) que estabelece a ligação entre a Av. do Brasil e as instalações do mesmo ISP.

Neste caso a configuração, gestão e administração do router partilhado (4) é da responsabilidade da RCCN. Note-se que neste caso o router partilhado pertencerá a um sistema autónomo (AS) “neutro”. No entanto, como “one box, one policy”, os ISP ligados a este router partilhado terão que seguir a mesma política de routing relativamente aos outros participantes no PIX.

4. Características do PIX

A solução proposta inclui para cada ISP participante:

  • Energia eléctrica e espaço com condições de humidade e temperatura controladas.
  • Acesso físico ao equipamento durante 18 horas/dia, 5.5 dias por semana
  • Um terminal para configurações locais. Este terminal continuará a ser propriedade da FCCN.
  • Intervenção em caso de falhas de pessoal especializado, durante horas normais de expediente.
  • Instalação física e configuração do equipamento por pessoal especializado no momento inicial do estabeleciemento da ligação e apenas até que o respectivo ISP possua acesso remoto ao seu router.

5. Custos

O PIX terá uma fase experimental de 6 meses (com início no dia 1 de Setembro de 1995), durante a qual não haverá nenhum encargo para as entidades participantes. Após este período experimental, acordar-se-à a divisão dos custos de operação envolvidos.

6. Formalização da participação

Será celebrado um protocolo entre cada uma das entidades que pretenda participar no PIX e a Fundação para a Computação Científica Nacional (FCCN) para este efeito.

7. Contactos

Para mais informações àcerca do PIX, contactar:

	Fundação para a Computação Científica Nacional
	Av. Brasil, 101
	1799 Lisboa Codex

	e-mail: info@fccn.pt
	telf: 01 - 848 1906
	fax: 01 - 847 2167

© 1995 Graça Carvalho
1 Acceptable Usage Policy
2 Em concreto, o equipamento que a FCCN disponibiliza para este efeito é um switch ethernet da Cabletron Systems, com 12 interfaces RJ45 e um slot BRIM que permite a ligação a Ethernet através de FDDI.

Graça Carvalho é uma colunista na net.News e é uma Especialista em Internet de renome internacional.

Voltar